domingo, 30 de outubro de 2011

Contágio

E aí? Faz eras não é ?
Resolvi voltar falando de um filme que vi anteontem, na estréia mesmo. Se você não gosta de filmes com mortes em massa, se sentir impotente, filmes sem um vilão específico para combater ou andava com um álcool gel na bolsa em tempos de gripe suína, não te recomendo; se não partilha nenhuma das características citadas, vai curtir.
   Mais que um filme fantasioso e conspiratório, a história é sobre a sociedade pós H1N1 que ainda não superou as perdas e dificuldades da pandemia anterior e se vê diante de um vírus novo, mais letal e de origem desconhecida. Com citações e dados reais sobre as gripe espanhola, suína e aviária, faz você ficar ligado em muitas coisas bacanas que no geral não se aprende nos jornais e revistas.


   Sentimentalismos a parte, a população (já traumatizada com a gripe anterior), entra em caos e cenas de saques, desordem e paranóia são bem fortes no filme - qualquer um tossindo vira um pária - e a teoria de "o homem é o lobo do homem" é bem demonstrada nesse contexto onde sobrevive quem consegue água e comida o suficiente para não sair de casa e se expor ao vírus. Tem de tudo: gente imune, gente que acompanhamos morrer, gente que fazia pouco caso da doença e se deu mal e ainda quem acha que vai morrer mas pegou só uma gripe normal.


   Se economicamente, a terra do tio Sam vai mal, culturalmente eles já se valem de uma estratégia muito comum em tempos de guerra (sem essa armada ou não): queimar o filme da galera. Sabe aqueles vilões russos, muçulmanos ou colombianos dos filmes ..... ? Pois é, vai ter muito chinês gente fina em Contágio, mas vai ter muito chinês fdp também.



   Os profissionais da saúde, tanto nos laboratórios, quanto nas ruas também ganham destaque. Recolher os contaminados antes que eles infectem outras pessoas, tentar achar a origem do vírus, uma vacina, um modo de tratar os doentes .... tudo faz parte da rotina desses caras. Isso todo mundo sabe, o que ninguém lembra é que eles se arriscam horrores fazendo isso e muitas vezes não são reconhecidos, apenas cobrados. Ou você acha que trabalhar com doenças é garantia de uma super-imunidade?  (impossível não lembrar de O Planeta dos Macacos com as cenas de teste de vacinas, um filme que não pretendo comentar mas também recomendo)


   Uma parte crucial é a manipulação de informações. Brasileiro é tudo desencanado, mas no resto do mundo realmente rolou uma mobilização geral por limpeza e contato zero na é poca do H1N1, no filme, com o fictício MEV-1, o modo como os governos trabalham e lapidam o que nós ganhamos conhecimento, bem como a internet que apresenta de "curas alternativas" a um balanço dos mortos e dos focos de epidemia deixa claro que a informação é uma peça-chave mais do que nunca no século XXI. "Como tranquilizar as pessoas sem nem sabemos ao certo do que elas devem ter medo" é uma constante.




   Enfim,prepare um par de luvas, sua máscara, um lencinho e, de preferência, não espirre na sala de cinema.  (*-*)

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