quinta-feira, 10 de julho de 2014

Licenciem no Brasil! (parte 1)

Oi gente!!

    Vi muita gente fazendo uma lista de quais mangás adoraria comprar por aqui e eu resolvi pensar nos meus títulos; a coisa acabou ficando grande e exagerada, então voltei meus olhos para uma questão que anda me incomodado há muito tempo: os shoujos.

    De uns tempos para cá, as editoras se tocaram de duas coisas:
        Investir em Seinen, mangás para caras mais adultos, é uma mina de ouro aqui;
        Investir em terror, sobrenatural ou mistério é uma mina de ouro aqui.

    Como resultado, o que mais tem se visto nos últimos meses foi uma enxurrada de títulos complexos com sua dose de sangue, criaturas grotescas e trama densa. Se acho isso bom? Pra mim é ótimo, uma prova de que deixaram de apostar só no que é modinha e batido e percebem que a mentalidade da clientela brasuca está pronta para outras coisas.

    Só que deu uma saturada - com títulos como Mirai Nikki, Another, Blood Lad ou Deadman Wonderland uma onda de licenciamentos para este tipo de público começou e só começa a se acalmar agora. Resultado? Várias coisas do gênero em andamento e o público que seria o extremo oposto, as coisas delicadas, divertidinhas e bonitas, totalmente deixadas de canto.

    Se desconsiderarmos Sailor Moon que é uma série com muito mais peso de clássico do que de shoujo, o único representante real da boa e velha história de amor colegial que temos é Kimi ni Todoke e não me levem a mal, apesar de curtir esse mangá e de ele vender horrores no Nihon, sua enrolação eterna e clima parado dos capítulos não é exatamente um atrativo para boa parte dos brasileiros, tanto que houveram consideráveis casos de desistência da história que só foi engrenar depois de muitos volumes.

    Kaichou wa Maid-sama vai deixar saudades, Vampire Knight foi tarde e 07-Ghosts apesar da demografia shoujo não era exatamente visto como um, o mesmo caso do novato The Conductor que brinca muito mais com o clima sobrenatural que anda em alta do que com a meiguice que se espera de um shoujo.
    Observando tudo isso, eu pensei num ranking que deveria dar as caras por aqui, ignorando a demografia original da obra e focando no seu clima, tanto que shounens surgirão por aqui:


1- Ao Haru Ride
    Apesar de não ser meu favorito da lista, tem tudo pra dar certo. Da mesma revista de Kimi ni, não seria uma negociação muito complicada para licenciar e o anime estreia nessa temporada, o que só aumenta a curiosidade de todos em relação a obra original.

2- Sukitte Ii na Yo
    Fofa e profunda, ela tem um embate muito parecido com Kimi ni na questão "ela não tinha amigos e era mal-compreendida até o carinha se aproximar" mas as duas obras tem uma abordagem diferente e tenho certeza de que haveria espaço no coração dos fãs de shoujo para as duas; como ela também já tem anime, já tem fãs no Brasil. E a história vai ganhar um Live Action que lança essa semana!

3- Akagami no Shirayukihime
    Já tem lá seu número considerável de volumes e vem da mesma revista que trouxe sucessos como Ouran, Kaichou entre outros, seria super bem-vinda aqui. Tem bastante aventura e ao mesmo tempo aquele clima fofo de romance que só os shoujos conseguem ter.

4- Sennen no Yuki
    Já que mencionei Ouran, porque não trazer outro mangá da titia Bisco? Anterior a famosa obra dos hosts, é mais curto e com a característica da autora de abordar temas profundos de modo delicado e emocionante. Apesar do traço ser bem mais tortinho na época, já ficou provado que no Brasil lançar diversas obras do mesmo mangaká vende, pois cria fãs fiéis.

5- Dengeki Daisy
    Uma das maiores mancadas da editora é não terem lançado esse mangá aqui até hoje. Finalizado com 16 volumes, a história é ótima, com personagens marcantes e boas lições de vida - como nunca foi um estouro de vendas no Japão, não ganhou live action, anime ou algo do gênero, o que talvez explique o fato de não escolherem arriscar vendê-lo por aqui.... mas é um título que bombaria horrores, sem dúvidas.

6- Ookami Shoujo to Kuro Ouji
    Esse é pra se divertir e muito. O relacionamento deles é aquela coisa no começo parece que vai se desenvolver de uma forma super legal, aí você começa a torcer para ele se ferrar e então se pega desejando os dois juntos novamente. O modo como as coisas acontecem não é forçado e a história surpreende - sem dúvidas combina com o público daqui.


    Resolvi dividirem dois pra coisa ficar mais organizada... a continuação num próximo post!
    Espero que tenham curtido as sugestões e no próximo post vou falar sobre elas e uma campanha super bacana. #MaisShoujosNoBrasil

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Como Treinar Seu Dragão 2

Oi gente!!

   Sumi eras eu sei, mas está cada vez mais difícil encontrar tempo para coisas como atualizar o blog a cada ano que passa na faculdade... e se é pra fazer um post, que seja bem-feito né?

   Para quem não sabe amo animação do fundo da alma e foi com muita (muita mesmo) animação que fui conferir ontem a estreia de Como Treinar Seu Dragão 2.

   Os trailers e cenas que a Dreamworks lindamente liberou antes para os mais fanáticos e ansiosos já mostrava muitas coisas como o Soluço encontrando a mãe, com medo da proposta de se tornar líder de Berk, viajando pelo mundo com o Banguela - mas isso não chega nem perto do que realmente o filme foi.


   Para começar eu tenho que dizer que amei a roupagem que o elenco ganhou. Para os adultos, um fiozinho branco aqui e ali e para os jovens todo um contexto em seus 20 anos, como disputas pela única garota sem namorado (Cabeça-Quente rende cenas hilárias nesse filme, sério) e aquele ar de bando que só quem consegue manter amizades de muitos anos tem. Se antes o Soluço era o loser, agora ele é claramente um cara respeitado, embora não faça questão de agir como líder e não se veja como um.



   E a ilha então nem se fala. Foi muito bacana a preocupação que eles tiveram em mostrar como em diversos aspectos Berk mudou para receber os novos "pets", desde estábulos, até peixe a vontade e tratamento dentário - apenas closes rápidos nas atividades diárias já foram o suficiente para mostrar como tudo mudou nos 5 anos que separam os acontecimentos do primeiro filme e do segundo.



   Em relação a sua família, todo mundo ficou um bom tempo pensando: "nossa, mas essa mãe brota do nada, que desnaturada" e de certa forma eu não estava tão longe disso. Mas olha, Valka é simplesmente encantadora!! Sabe aqueles biólogos do Animal Planet que claramente vivem num mundinho só deles e amam qualquer bichinho por mais estranho que seja? Ela é dessas, e uma personagem extremamente doce, que vive em prol da paz e da gentileza. Amei ela e seus valores.

   Quanto ao reencontro entre ela e Stoico? Foi lindo, sério - romance nunca é algo muito explorado em animações da Dreamworks, salvo Shrek, então foi bem bacana ver as cenas super delicadas dos dois, algumas inclusive que quero muito ver quando for conferir a versão legendada (sim, ver ambas é de lei).



   E os dragões? Ah os dragões!!! Tantas espécies novas, todos tão magníficos... gente as cenas de voo são de suspirar, é tão nítido e bem representado o sentimento de liberdade que você não quer nada além de ter um dragão pra chamar de seu e sair pelo mundão afora; isso já foi bem presente no primeiro filme e conseguiram intensificar.



   Claro, tem a trama, novos personagens, tem o vilão, tem a batalha... não vou entrar em detalhes quanto a isso, pois seria sair dando spoilers do enredo. Mas se você acha que o estúdio tinha sido ousado e excepcional ao fazer o protagonista perder uma perna no primeiro filme já aviso: o segundo também tem se ar agridoce de uma forma muito mais inesperada, ainda mais para filmes cujo público-alvo são crianças... a morte.

   Se tenho alguma reclamação para fazer é o uso do 3D que não foi tão abrangente e explorado como eu imaginava pelas promessas dos produtores e animadores. Mas isso é uma bobagem e bem pequena perto do simples fato de Como Treinar Seu Dragão 2 ter conseguido algo que no geral considero entre o difícil e o impossível: fazer uma continuação ser tão boa ou melhor que o primeiro.


Mais que recomendado a todos!!

P.S.: A Concept Art está linda, mal vejo a hora de ter meu artbook.... algumas ilustrações aparecem nos créditos, então vale bastante a pena ficar mais um tempinho sentado enquanto a criançada vai embora.

terça-feira, 4 de março de 2014

Dia das Meninas.

Oi gente!

   Dia 03 para quem não sabe, foi Dia das Meninas no Japão - sim você não leu errado; os meninos também tem data própria, comemorada lá junto com o Dia das Crianças deles...
   No Dia das Meninas eles focam em coisas como a menina ter um bom marido quando crescer; puramente por questão cultural, mas sem dúvidas deve ter regiões onde ainda acham isso mega importante.


   Tantos as lojas como as próprias famílias fazem comidinhas especiais para a ocasião; com princesinhas e menininhas meigas como decoração, além de flores e outras coisas parecidas.


   Um exemplo é o fofo Hishimoshi, sempre feito nas seguintes cores: vermelho (que fica rosa), branco e verde, nessa ordem. O vermelho é para afastar os maus espíritos, o branco é para manter a pureza (nunca entendi se seria a pureza de espírito ou a virtude, mas suspeito que seja ambos) e verde a saúde. Eles são feitos com arroz, assim como o Hina-Arare (um bolo) e o Shirozake (um saquê doce), também comumente servidos na data.

   Mas o Festival das Bonecas é minha parte favorita! Sou totalmente apaixonada por esses altares desde pequena e só muitos anos depois que vi um pela primeira vez fui descobrir seu significado e seus componentes padrões (apesar de algumas coisas serem facilmente dedutíveis. 


   No topo ficam o Imperador e a Imperatriz e sempre tem essa telinha na frente de ambos; abaixo ficam três senhoras da corte e sempre tem um recipiente entre elas; abaixo ficam os cinco músicos onde o cantor segura um leque o os outros seguram um instrumento cada um; no resto ficam objetos como mobílias e carruagens em miniatura, na quinta fileira ficam os ministros.

   O uso dos materiais fica a escolha da família, os altares são feitos para proteger a menina em questão, pois desde que o costume começou na Era Edo acredita-se que ele afasta os maus espíritos. Se a exposição não for desmontada logo após o período do festival a dona nunca vai casar. XD


Eu pessoalmente acho uma gracinha! 




sábado, 1 de março de 2014

Meus Desenhos P&B

Oi gente!

   Esses dias criei vergonha nacada e comecei a juntar coisas pra colocar num Deviantart... e percebi uma coisa: meus melhores desenhos disparados são preto e branco. Os mais detalhadinhos pelo menos:

Esse Doodle Yemanja, que fiz durante os tédios nas aulas essa semana.


Essa piração fofa que tinha no meu caderninho, também feito durante a aula. (eu juro que presto atenção)


Esse rabisco num folha de anotação que um dia detalho.


As variações de instrumento durante a aula de desenho de observação.

Esse bem abstrato do ano passado.


E esse que vou continuar detalhando.



   Eu amo cor, então fiquei meio mal de me dar conta disso!


(*--*)/




quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Preto, Branco e Vermelho.

Oi gente!

   Resolvi criar vergonha na cara e voltar a postar mais regularmente... desde o ano passado comprei muitos (mais que o normal pelo menos) livros e resolvi falar de três que me surpreenderam pelas capas e histórias:


  
Prince Of Thorns - Mark Lawrence
   Esse fiz questão de colocar outra vista da capa, que é uma capa dura linda... o livro todo tem um acabamento tão impecável que dá vontade de chorar, coisa digna de versão luxo ou edição gringa, não conhecia a editora e já virei fã.

   Mas vamos a história: com um ritmo rápido acompanhamos Jorg, um príncipe foragido que tem como meta inicial vingar sua mãe e seu irmão num cenário em que centenas de nobres disputam o título de Rei absoluto; com o tempo ele também começa a mirar o topo como modo de se vingar de seu pai e todos aqueles que nada fizera contra os assassinatos que o traumatizou na infância.

   Se você gosta de épicos pouco convencionais (nada daquela jornada básica com elfos e similares) vai gostar bastante desse - tem uma pegada mais crua, um "medieval para adultos" que lembra bastante Crônicas de Gelo e Fogo em alguns aspectos. A leitura é super rápida, mas nem por isso o livro tem menos conteúdo, é uma triologia já concluída e com um início bem bacana.


Mago (Aprendiz) - Raymond E. Feist
   Se o livro anterior me pegou pelo conjunto esse foi a ilustração de capa mesmo: temática, técnica, cores, pirei em tudo! Nesse caso a editora é realmente estreante e promete trazer aventuras e fantasia da melhor qualidade - essa série por exemplo, tem uns 20 anos e nunca havia sido lançada aqui, um absurdo... principalmente se considerar a quantidade de auto-ajuda ou romance erótico que brota atualmente.

   Ela tem os modelos de épico mais classudos, com cavaleiros, magos(não, jura?!), dragões, elfos, anões... mas traz um atrativo e tanto: invasores de outro mundo! Se você está pensando em E.T.s cabeçudos esqueça: na história uma civilização expandiu a magia num nível em que lhe permitiu viajar para outras dimensões e conquistar os pedacinhos de humanidade por aí... achei mega criativo.

   Nessa história acompanhamos Pug, um órfão que se torna aprendiz de feiticeiro pouco antes da guerra começar; Thomas seu irmão de criação, um guerreiro que teve pouco destaque mas promete muito e Arutha, o segundo filho do nobre responsável pelas terras onde eles cresceram, um estrategista muito interessante e que apareceu pouco, mas já o suficiente pra gostar muito dele.

   Na verdade se trata de uma triologia, de modo que a coisa toda ainda vai se desenvolver... por mim a história podia ser maior, faltou detalhamento em alguns momentos (ou seja só o efeito da escrita de George Martin em mim), mas ele acrescentou alguns detalhes que tornam a coisa toda cativante, como os invasores não conhecerem cavalos ou possuírem armas de metal.

   Já comprei a continuação e estou ansiosa pra tirar um tempinho e ler.


O Crico da Noite - Erin Morgenstern
   Olha vou confessar uma coisa: desde o lançamento desse livro namorava essa capa linda e ficava adiando a compra. Quando comprei, fiquei adiando a leitura - quando finalmente li, me xinguei mentalmente por não ter corrido atrás dele antes.

   A premissa é simples: dois magos: Celia e Marco, são criados desde pequenos por mestre diferentes, destinados a se enfrentarem em batalhas cujo palco é um circo... até que eles se apaixonam. Eu como você e qualquer um que bate os olhos nessa sinopse imagina uma batalha árdua, com luz e explosões a torto e a direito, pra Voldemort nenhum botar defeito certo?

   Errado e é aí que entra o que me fez amar esse livro.

   O protagonista dele não são os magos e sim O Circo Da Noite, de modo que o livro nos apresenta os dois jovens e parte logo para o circo, como ele foi criado, um pouco sobre as mentes brilhantes e insanas por trás das maravilhas, detalhes singelos e cruciais; no início de cada capítulo somos introduzidos a descrição de uma das diversas tendas que compõe o Circo, que chega sem aviso, abre ao anoitecer e fica até o Sol raiar e acaba criando uma legião fiel de fãs que o segue pelo mundo.

   As batalhas se desenvolvem de maneira delicada: um show de ilusionismo aqui, uma tenda fantástica ali, um carrossel com criaturas que respiram acolá... e nesses pequenos toques que engradecem o Circo ambos acabam desenvolvendo uma admiração um pelo outro, que pouco-a-pouco se torna amor. 

   No fim das contas o Circo foi criado para a batalha e ela de certa forma chegou ao seu surpreendente desfecho pelo mesmo. A sensação é de um toque de tristeza, pois por mim passaria dias e dias lendo sobre as maravilhas criadas para o Circo, todo em preto e branco - sim, é um volume só, infelizmente.



   Espero ter tempo para ler este ano, espero conseguir repetir essa ideia de resenhar livros pela paleta de cores de suas capas e espero que leiam e gostem tanto quanto eu!
   Até uma próxima!


domingo, 23 de fevereiro de 2014

Clichês Disney

Oi gente!

   Andando esses dias pelos caminhos tortos da internet, reparei que depois de Frozen (que aliás amei de paixão) aquelas questões clássicas se reacenderam: os filmes de princesas são racistas? São cheios de clichês? São machistas?

    Minhas respostas para essas perguntas costumam ser NÃO, SIM e NÃO. Com princesas como Ysmin, Tiana e Mulan não podem bater nessa tecla só porque a  Anna e a Elza (dinamarquesas, sempre bom lembrar) são branquinhas e com olhos claros - viva a diversidade poxa! Sim, mas não vejo problemas, são clichês bacanas como acreditar no bem, seguir seus sonhos, o poder do amor... qual o problema? Assim como a questão racial, se num passado a conotação era essa por motivos culturais, hoje a realidade é outra: Mulan, Merida, Tiana a própria Elza... todas elas são a carinha de uma Disney mais modernosa.



"Garotas atuais não se relacionam com Princesas da Disney..."

"Elas não são inteligentes..."

"Ou engraçadas..."

"Elas se conformam com as imposições de gênero..."

"Não tem ambição..."

"São fracas..."

"São egoístas..."

"Todas elas precisam de maridos..."

"Mas não entendem o amor."



   Eu realmente me apaixonei por essa série de gifs que colocaram para defender esses filmes que marcaram e ainda marcam muitos pessoas, não só garotinhas. Acho que existe preconceito com intenção, sem intenção, mas também existe quem vê maldade porque já olha procurando ela.

   Com tantas mensagens otimistas e alegres, seria ridículo que em alguma momento esses filmes tivessem como um dos focos promover maneiras pré-determinadas de viver ou algum tipo de separação na sociedade; princesas se dão bem com ricos, pobres, bichinhos... todo mundo é feliz e isso devia bastar.

    Sempre bom lembrar que o público-alvo é infantil e percebe as coisas de uma forma completamente diferente dos adultos; infelizmente muita gente cresce e perde a capacidade de ver as coisas com um olhar encantado - aí fica de mimimi. 

   É uma questão espinhosa e polêmica, mas para mim os filmes são mais delicados, divertidos e sublimes do que qualquer outra coisa.


   Beijos, até uma próxima!